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Foto do escritorSelma Bueno Alves

UM ANO DE MUITAS CONQUISTAS

Atualizado: 13 de jan. de 2021



















EM RESUMO, UM ANO INESPERADO!!


Esse ano de 2020 foi um ano bem complicado, a pandemia se fez presente logo no inicio em Wuhan na china e foi se espalhando pelo mundo como uma velocidade que impressionava a todos. O número de contaminados atual é de 81,194,166 pessoas até 28/12 os mortos chegam a 1,773,186. Destes, 22,076,813 pessoas contam como infectadas atualmente, destas 21,971,445 (99.5%) são casos mais leves e 105,368 (0.5%) mais graves. Dos casos finalizados 59,117,353, sendo que 57,344,167 (97%) se recuperaram e 1,773,186 (3%) vieram à óbito.


Quando se acreditava que voltaríamos ao possível “normal” o vírus reaparece, com nova variante, um RNA muito mais contaminante que o anterior. Muitas perguntas pairam no ar, os cuidados com a saúde precisam continuar sem trégua para o bem dos que tem uma saúde mais frágil.


As vacinas estão espalhadas, pipocando pelo mundo, começaram a ser aplicadas em alguns países desde dia 27/12, ninguém tem certeza sobre o sucesso da imunização. Muitas pessoas ainda não acreditam no potencial do vírus e fecham os olhos para a doença, mas não sabemos ainda quais são as sequelas para a sociedade, para além das mortes pela doença.


No Brasil ainda estamos divididos, muitos nem acreditam que seja grave a doença, não tiveram problemas sérios durante o ano e desvalorizam o problema de quem os teve. Não se faz testes em larga escala por aqui, mesmo assim os números impressionam um total de 7,484,285 sendo mortos: 191,146 e curados: 6,515,370. Casos ativos ficam em 777,769, sendo que destes 769,451 (99%) leves e 8,318 (1%) sérios ou críticos, os casos fechados somam 6,706,516, onde os que se curaram são 6,515,370 (97%) e nossos óbitos somam 191,146 (3%), equiparados com outros países estamos no mesmo barco (doentes). E continuamos a sucumbir, como o restante do mundo.


A segunda onda chegou ao Brasil e a primeira onda mal tinha acabado, não se teve tempo para respirarmos aliviados, na realidade a curva dos óbitos sequer chegou a baixar. São Paulo esteve sempre em primeiro lugar na tabela, seguido de Minas Gerais e Bahia. Todos os 27 estados contam com casos.


Por traz do contexto “pandemia” as pessoas deram continuidade à vida, cada qual a seu modo. Uns sofrendo com a perda do emprego, ou de familiares, também, da liberdade. Outros pouco se importando com a gripezinha advinda da China, sem ter contato com ela ou tendo um contato superficial, desvalorizam as perdas alheias, criticam as vacinas e reclamam das medidas de isolamento tomadas.


Na média a saúde vai mal, o contexto pandemia apavora quem necessita trabalhar para sustentar sua família, seja rico ou pobre todos sofremos perdas de alguma espécie o que deixa um estado de luto funesto pairando no ar, sem dar alívio a população mundial. Tem quem perdeu algo ou quem perdeu quase tudo; tem quem tem medo de perder o que falta e quem já perdeu tudo e não tem medo de nada.


Em minha vivencia este ano posso dizer que entre o medo de contrair o vírus e ficar isolada do mundo, ela foi carregada de sucesso. Eu estaria dando início à minha prática profissional, como iniciei. Formada em psicologia em dezembro de 2019 eu tinha o sonho de ir para o consultório e dar continuidade ao meu aprendizado e me estabelecer como profissional de psicologia, fazer atendimentos, ajudar pessoas a se encontrarem em si mesmas.


Assim que peguei meu sonhado CRP, subloquei um espaço e em fevereiro mesmo eu já tinha três clientes, já era mais do que o suficiente para iniciar. Em meados de março entramos em quarentena, fechou-se o consultório, aos poucos todos os comércios e empresas foram aderindo a quarentena e ficamos em casa.


O conselho de psicologia liberou atendimentos on-line, meio que tremendo fiz meu cadastro, busquei e fiz muitos cursos, assisti muitas “lives” de quem já fazia esse tipo de atendimento ou estava iniciando. “Lives” foram a febre por traz da quarentena, uma forma de aliviar a tensão e mostrar a outros o como nos sentíamos com toda essa nova situação, tínhamos “lives” de todos e qualquer assunto.


Passei muito tempo assistindo e revendo “Lives” feitas por profissionais, os quais me apaixonei pela forma simples de falar e passar conhecimento. Gestalt-terapeutas que, acredito, não teria o prazer de conhecer em outra época, demonstraram o mesmo medo que eu tinha de me aventurar on-line, passaram a confiança necessária para me dar base.


Também li muito, li o código de ética, as novas normatizações, me preparei, queria atuar, queria ajudar no que fosse possível e me ocupar também. Não queria ficar pensando que havia perdido tempo, sem o consultório.


Minha segunda opção foi aderir a um grupo de psicólogos do Rio de Janeiro e iniciar atendimentos on-line para pessoas necessitadas que estavam desesperadas ou ansiosas com a novidade, do que era o COVID-19. Dar apoio, atenção, explicar, acalmar a ansiedade, foi meu desafio inicial.


Durante os meses de abril e maio fiz plantão atendendo as demandas vindas desse grupo, me orgulho de ter feito esse trabalho, foram 15 atendimentos, de 3 sessões cada, que me renderam alguns atendimentos fixos até hoje. Sim, atendo gratuitamente algumas pessoas que precisavam de atendimento psicológico, para além da pandemia.

No final de maio, fui colocada como possível psicóloga para atendimento on-line, em uma sala de estudantes de psicologia, e apareceram algumas procuras, o que fez com que eu me desligasse do grupo, agora eu atendia a valores sociais. Também foram chegando indicação de alguns amigos, minha lista de clientes foi tomando forma.


Em agosto entrei em outro grupo de psicólogos, a Rede AcessoPsi, onde fazíamos 8 (oito) atendimentos de casos relacionados exclusivamente ao Covid e suas sequelas. A Rede AcessoPsi tem uma equipe multiprofissional que podia ser acionada sempre que necessário, psiquiatra, nutricionista, médicos, mas o carro chefe era a psicologia, é por esse atendimento que as pessoas buscavam.


Senti necessidade de buscar mais conhecimento ainda em maio e busquei a Pós em Gestalt-terapia no Construir Núcleo de Psicologia, para além dos cursos que já estava fazendo. Conhecimento especifico na minha área de atuação, foram muitas as horas de estudo durante a quarentena, e que continuam. Dei início a Pós em Neuropsicologia, na UNIFG, esta já estava planejada antes da formação. Fui me desdobrando entre conhecimento e atendimentos.


Aprendi a fazer propaganda para além das publicações em redes sociais, participei de grupos específicos de ajuda com outros profissionais em início de carreira, me senti profissional. Fiz atendimentos gratuitos, fiz atendimentos sociais, fiz atendimentos a valores reais. Me tornei psicóloga. Clientes começaram a chegar por indicação de outros clientes. Minha rede foi sendo tecida aos poucos durante o ano.


Conheci muitos profissionais que, com toda certeza, não teria tido o prazer, se a pandemia não estivesse no ar. Profissionais da área da psicologia, Gestalt-terapeutas, autores de livros, os quais tenho e sou apaixonada, não deixo de ler, sempre reviso, sempre busco conhecimento. Outros autores que eu nem conhecia, mas são tão fundamentais para a minha prática clínica, tornaram meus atendimentos mais conscientes, me apaixonei ainda mais pela fenomenologia, humanismo e existencialismo.


No mês de julho voltamos aos atendimentos presenciais, para minha surpresa tive muita procura no consultório, para esse tipo de atendimento, pessoas que não conseguiam fazer a terapia em suas casas, por falta de espaço, falta de privacidade ou mesmo de confiança no processo on-line, vieram buscar os profissionais que já estavam no presencial, fui beneficiada aqui pela iniciativa de sair de casa e adaptar o consultório para o atendimento presencial, que exige muitos cuidados extra.


Em um ano tão complexo como foi esse de 2020, eu consegui me estabelecer, crescer e desenvolver meu potencial. Só tenho a agradecer a todos meus amigos, professores, profissionais que me ajudaram durante esse ano, pessoas que acreditaram em mim e no meu trabalho. Pessoas que indicaram outras pessoas para que eu pudesse prestar atendimentos. Pessoas que me passaram conhecimento e me sanaram dúvidas.


Ao encaminhar as mensagens de final de ano aos meus clientes, fiquei em êxtase ao notar quantos foram os contatos criados em meu perfil profissional. Para os que fazem atendimento, os que foram atendidos através dos grupos, os que me foram indicados por amigos ou professores, os que não efetivaram os atendimentos por seus propósitos, por este ou aquele motivo, sou muito grata a todos. É por vocês que minha dedicação pela psicologia cresce a cada dia.


Atender on-line foi, e é, desafiador, atendimento domiciliar tem acontecido na medida do possível e os atendimento presenciais são a “cereja do bolo”, a realização esperada.

Ser psicóloga é o que sempre sonhei e é com o propósito de ser sempre uma profissional melhor que vou em busca de conhecimento e me preparo.


Obrigada a todos que me ajudaram a realizar o sonho de me estabelecer como profissional de psicologia, sigo no caminho traçado, fortalecida pelo carinho e pela confiança de todos que me rodeiam.




Agradeço sua visita,

PairarPsi - Selma Bueno Alves

Psicóloga Clínica

Pós graduanda em Neuropsicologia

CRP 02/22741

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